quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Mediocridade do Silêncio


O SOM (ausência)
Na verdade nunca experimentamos a verdadeira ausência de som, não podemos sobreviver no vácuo, não somos (a grande maioria de nós) astronautas. O vento produz som, o magnetismo de todas as coisas reagem ao nosso, as folhas secas rolam pelo chão, os peixes perturbam as águas ... não é ausência de som, no máximo ausência de barulho. Escutamos novos e pouco perceptíveis sons, certas vezes escutamos até mesmo nosso próprio corpo e toda sua sinfonia esquecida na corredia do dia, por isso assim encontramos/escutamos com mais facilidade nossos próprios pensamentos e verdadeiros desejos.

RESPOSTA

Quando é resposta, o silêncio não significa nem a negativa nem a afirmativa. E aí reside o problema. Quem cala consente a interpretação alheia, e a interpretação alheia pode voar para paraísos entre as nuvens ou criar infernos mais tenebrosos que Dante poderia imaginar, arquitetar álibis cheios de inocência e pureza ou criar conjuntos de acusações que tornam a guilhotina uma pena leve.

O POVO
O silêncio de um povo pode ser a sua ruína. O povo "fala" seu desejo a cada 4 anos nas urnas, mas o tempo entre uma eleição e outra é de um silêncio acalentador para os políticos que enchem seus cofres particulares e nos jogam na lama da estagnação ou do desenvolvimento aquém do máximo que seria possível obter. Sim, alguns jornais e sites, movimentos e cidadãos usam sua voz para gritar em algumas partes do país, mas o som deve ser emitido numa frequência que venha a ser audível àqueles que devem escutar.
Num país de 120 milhões de habitantes, 10.000 espalhados em todo o país não passam de uma agulha a tocar o chão. E assim, se perpetua o silêncio do povo e o reinado dos que de tempos em tempos pagam, com dinheiro que não é seu, para usar amplificadores que invadem os ouvidos de todos nós com mentiras e piadas sujas.

Atualização 26/11/2011


DIANTE DAS COISAS QUE INCOMODAM
Muitas vezes cotidianamente decidimos não tecer comentários sobre coisas mínimas que nos incomodam em algumas situações. Quando são situações e pessoas passageiras isso pode ser válido por certas harmonias sociais. Entretanto, quando são atitudes de pessoas que convivemos, o silêncio é perigoso.

Primeiro por que racionalmente falando, não gostamos de nos sentir desconfortáveis, então instintivamente temos o desejo de cessar algumas situações que nos incomodam, sendo assim, devemos tomar atitudes que venham a colaborar para que a situação não se repita. Somente nós sabemos o que nos incomoda e geralmente o que mais incomoda são situações causadas por outros pessoas, que não tem o poder de adivinhação (ainda). Então, caso queiramos resolver a situação, devemos expô-la ao seu causador como uma situação que nos agride de alguma forma (fisicamente, moralmente, psicologicamente, espiritualmente, enfim).
Segundo, o maior perigo reside em não agirmos e começarmos a "juntar" todo o mal sentimento que produzimos quando estamos diante desse tipo de situação até que chega a ocasião que estamos psicologicamente saturados ou outro situação diferente daquela mas que também nos incomoda em um grau maior acontece, e "estouramos" jogando para cima da pessoa que causa tais situações toda a carga emocional acumulada durante todas as agressões causadas por ela.
Portanto, devemos deixar claro o que nos incomoda para que as pessoas possam ter a atenção de não cometer ou cometer com menor frequência e apenas se realmente for uma situação necessária.
Isso também coloca a "lei" ao nosso lado quando revindicamos o direito a reparação pelo causador ou quando acontece a "explosão" o causador não pode usar o argumento de que não sabia do incômodo provocado pela situação.





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